sábado, 16 de abril de 2011

Palhaço, modelado à mão.

                                                                         


                                                                       A triste história de um palhaço feliz.

Ele estava se maquiando para ir trabalhar, quando de repente se olhou no espelho e ainda faltando vestir sua roupa toda colorida e cheia de alegria, lhe vem à mente um súbito pensamento.
Começou a refletir no quanto era infeliz em sua vida pessoal, por mais que se fizesse feliz todos os dias pra alegrar alguém.
Pensou no quanto era superficialmente feliz só pra poder ganhar uns trocados em um dos muitos faróis espelhados pela cidade, e se perguntava também até que ponto era válido se fazer de feliz, se era realmente suficiente colocar uma roupa alegre, pintar o rosto e vestir uma felicidade que ele não tinha.
Pensava na grande ironia que dava voltas em sua vida.
Porque ser um palhaço?
Pra quê?
Se a felicidade que pinto no meu rosto não me pertence nem um pouco?
Porque eu insisto?
Pelo dinheiro?
E ele se perguntava, queria respostas, queria a felicidade pra só assim poder receber gargalhadas de verdade e guarda-las consigo!
Ele não tinha ninguém, ele não era feliz, ele só tinha um quarto velho, a mesma roupa colorida de sempre, uma cartolinha verde e seu nariz de palhaço.
Se fazia de feliz todos os dias, saía diariamente de casa rumo a um farol ou outro, voltava pra casa com algumas moedas e a felicidade pintada no seu rosto já borrada pelo suor, com um pano velho e úmido sumia de vez, acabava.
Agora, era novamente um homem triste, se despindo da falsa alegria que vestia, se limpando daquela felicidade que saía com apenas água.
Naquele dia, que parou pra pensar, ele parou pra desistir, mas não desistir de ser um palhaço, desistir de ser triste!
Naquele momento, ele enxergou dentro de si que não bastava parecer feliz, ele tinha que se sentir feliz, pra fazer feliz, pra fazer certo!
Pensou por um momento, em como iria começar, de onde ele iria começar e como num passe de mágica ele se sentiu feliz!
Porque acabava de nascer um desejo...
Eis aí o inicio!
Ele então abriu os braços e como quem espera um abraço.
Sem ser o de um palhaço, se viu no espelho contente...
Desejando naquele momento um abraço verdadeiro...
De gente!
Ele é um artista da vida, mas agora se desfaz da maquiagem e da roupa, deixa pra lá o picadeiro e começa a representar o verdadeiro espetáculo que é viver!

Moral da história?

Seja feliz de verdade, se sinta feliz, seja realizado, tenha amigos...
Assim você fará todos à sua volta feliz!

A verdadeira arte é nada mais nada menos do que nossos sentimentos e emoções transferidas pra seja lá o que for que estivermos fazendo ou tenhamos feito.
De todos os bonecos que fiz até agora, esse é o mais especial, têm um significado diferente pra mim.
Eu espero que tenham gostado e principalmente refletido!


"Se puderem entender a lágrima pintada na face desse palhaço, saberão muito sobre mim"

Com carinho à todos os meus amigos!


Édi.

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